terça-feira, 29 de julho de 2014

Grupo de trabalho discute novas propostas para a educação infantil no campo

O governo federal institui Grupo de Trabalho Interinstitucional para discutir proposta de Educação Infantil no Campo, formado pelos ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Educação (MEC) e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), instâncias governamentais ligadas ao tema e representantes dos movimentos sociais. O grupo de trabalho tem o desafio de apresentar uma proposta para a ampliação da educação infantil no meio rural.

“A criação do Grupo de Trabalho marca um esforço de integração e articulação de políticas públicas, no qual se faz presente ações de promoção da autonomia das mulheres rurais aliadas aos direitos das crianças dos campos, das florestas e das águas”, afirma a diretora-geral de Política para Mulheres Rurais do Ministério do Desenvolvimento Agrário (DPMR/MDA), Karla Hora.
Ela explica que a ação contribui para sociabilizar o trabalho dos cuidados na infância, que na maioria das vezes fica para as mulheres. “A construção de creches e centros de educação, entre outras ações, também tem papel fundamental no combate a desigualdade de gênero no meio rural.”
As propostas, que foram apresentadas na sexta-feira (25), em Brasília, serão entregues ao Ministério da Educação e ao Conselho Nacional de Educação, que darão continuidade ao trabalho de discussão desses temas e à implantação das estratégias descritas.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário 

quarta-feira, 23 de julho de 2014

A corrupção é uma das causas do fracasso da educação no Brasil

A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou recentemente pesquisa demonstrando como recursos públicos da educação são mal utilizados pelos gestores públicos, prejudicando o acesso de milhares de crianças ao ensino público de qualidade.
De acordo com dados da Corregedoria Geral da União (entre 2011 e 2012), dos 180 municípios fiscalizados, 73,7% praticaram algum tipo de corrupção ou de desvio no uso dos recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação).
As práticas de corrupção vão desde o uso de recursos da educação para outras áreas da gestão pública, até a utilização das verbas públicas para o enriquecimento ilícito, com a aquisição de materiais didáticos e serviços de baixa qualidade ou até mesmo a prestação de conta de materiais e serviços não efetivados nas instituições de ensino.
Desse modo, a prática da corrupção está diretamente ligada ao processo de negação do direito a educação a que são condenadas milhares de crianças em todo Brasil. Com isso, se institui um círculo vicioso, pois o aluno (a) não aprende a pensar e sem pensar ele (a) não desenvolve sua cidadania consciente, por falta de emancipação.
O fato é que a década vem se perpetuando a lógica da corrupção no sistema público, alimentada, por um lado, pela ausência de uma formação crítica e cidadã da população e a ausência do controle social da população sobre a aplicação dos recursos públicos, por outro, pelas políticas clientelistas, assistencialistas e paternalistas instituídas historicamente que consolida ainda mais a lógica da dependência e da passividade da população.
O estudo da ONU demonstra que o combate a corrupção na área da educação depende principalmente da participação efetiva da população no controle social dos recursos público. São inúmeros exemplos onde o conhecimento local e a participação da população auxiliam no bom andamento dos processos necessários para se educar futuros cidadãos. O combate à corrupção passa por ampliar essas participações. Deixar apenas que governos dirijam as políticas públicas de forma livre e sem acompanhamento popular é acreditar demais no funcionamento de instituições que são compostas, no fundo, por nós mesmo, cidadãos.

É fundamental que o combate a corrupção se constitua como das pautas de luta dos movimentos sociais e grupos que lutam pela melhoria da qualidade da educação do país. Não adianta lutar pela ampliação dos investimentos na educação se esses recursos continuarem sendo usados de forma ilícita e irresponsável pelos gestores públicos. Além disso, o combate a corrupção também precisa ser discutido no contexto das práticas educativas.