domingo, 31 de julho de 2011

Programa leva mais de 2 milhões de livros a comunidades rurais

Lançado em 2003, pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o programa Bibliotecas Rurais Arca das Letras já inaugurou 7.620 bibliotecas em 2.490 municípios. Mais de 2 milhões de livros foram distribuídos, principalmente em áreas rurais. “Esse povo é invisível e o objetivo das arcas é ajudar essas pessoas a conquistar visibilidade. Em sete anos já vemos um aumento do índice de leitura no campo, estamos conseguindo atingir o objetivo de formar lideranças culturais e de inserir a biblioteca na vida dos trabalhadores e estudantes do campo”, avalia Cleide Cristina Soares, coordenadora de Ação Cultural do MDA e do programa Arca das Letras.
O Programa Arca das Letras é uma iniciativa dirigida a famílias de agricultores, assentados da reforma agrária, pescadores, quilombolas, indígenas e ribeirinhos. Para fazer o material chegar a essas populações, o MDA se vale de parcerias com outros órgãos públicos, como superintendências regionais do trabalho, secretarias de agricultura e com sindicatos de trabalhadores rurais. Nas comunidades, voluntários são treinados para ser agentes de leitura, incentivar a participação da população e cuidar dos empréstimos dos livros. Mais de 15 mil agentes em todo o país já receberam esse treinamento.
De acordo com dados do MDA, o Estado do Piauí é o quinto no País com maior número de bibliotecas rurais Arca das Letras implantadas. O estado conta com mais de 534 bibliotecas rurais. O número de famílias beneficiadas com o programa chega a 43 mil, além de atingir a marca de mais de 115 mil livros distribuídos. O Estado possui 935 agentes de leitura capacitados pelo programa.
A composição da biblioteca muda de acordo com o perfil da comunidade, mas praticamente todas contam com autores consagrados como Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meirelles, Luis Fernando Verissimo, Mario Quintana, Clarice Lispector, Shakespeare, Franz Kafka, entre outros. Também há livros de história, alguns técnicos e muitos gibis, que são, disparado, os preferidos em praticamente todos os povoados. No ano passado, o quadrinista Mauricio de Sousa doou para o projeto 300 mil gibis que já se espalharam pelos rincões do Brasil.
O principal objetivo do Projeto Arca das Letras é democratização do acesso ao livro e a leitura, pois de acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro, são lidos 4,7 livros por habitante ao ano, contabilizando os didáticos, número que cai bastante quando se leva em consideração apenas os lidos fora da escola: 1,3 por habitante ao ano.
As dificuldades aumentam nas cidades menores, onde os moradores são os que menos leem revistas e livros, os que não gostam de ler (59%, chegando a 76% entre os mais idosos) e não frequentam bibliotecas (83%). Nesses locais, as dificuldades declaradas pelos entrevistados configuram um quadro de má formação das habilidades necessárias à leitura: 17% leem muito devagar, 7% dizem não compreender o que leem, 11% não têm paciência e 7% não têm concentração. 
A leitura precisa fazer parte da vida das pessoas para que possamos aumentar o nível de conhecimentos sobre o mundo e consequentemente impulsionar as mudanças em nosso país, principalmente no meio rural.

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